
TEA em crianças: como pais e profissionais identificam os primeiros sintomas
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) faz parte da realidade de muitas famílias. No Brasil, dados do IBGE (2025) apontam que 2,4 milhões de pessoas já foram diagnosticadas, o que corresponde a 1,2% da população acima de dois anos.
Segundo o Ministério da Saúde, é possível perceber alterações no neurodesenvolvimento ainda nos primeiros meses de vida. Por isso, a atenção de pais, familiares e profissionais que acompanham a criança no dia a dia é fundamental, já que nem sempre esses sinais são óbvios.
Muitas vezes, eles surgem de forma sutil, em pequenos gestos que passam despercebidos, mas que se intensificam com o tempo: o bebê que não responde ao ser chamado pelo nome, a falta de contato visual, a dificuldade de brincar com outras crianças, o balançar repetitivo do corpo. Quanto mais cedo esses padrões comportamentais forem identificados, mais rápido a criança poderá receber o suporte adequado para desenvolver suas habilidades.
Tatianna Wanderley, pesquisadora e fonoaudióloga com mais de 20 anos de experiência no atendimento de crianças e adolescentes com TEA, acompanha a rotina de muitas famílias em processo terapêutico. Para ela, o diagnóstico não deve ser encarado como uma sentença, mas como um ponto de partida para maximizar potencialidades.
“Alguns pais imaginam que a criança será, para sempre, uma pessoa dependente. O trabalho terapêutico desafia essa percepção e foca nas potencialidades das crianças, melhorando o que já é bom e contribuindo para a superação das dificuldades. A partir dessa rede de apoio, os pais veem que a evolução é possível”, comenta.
Cada criança autista tem uma jornada própria
O TEA se manifesta em diferentes graus e formas. Enquanto algumas crianças precisam de apoio mais intenso, outras enfrentam desafios pontuais. O acompanhamento clínico deve levar em consideração esses níveis de suporte, respeitando a individualidade de cada uma delas.
Tatianna reforça que a intervenção precoce pode fazer toda a diferença na evolução dos pacientes. “Nessa fase, o cérebro está ‘novinho’ e consegue absorver mais informações, então intervir precocemente é muito importante. É um cérebro que é como uma esponja, devido à neuroplasticidade mais exacerbada. Dessa forma, conseguimos estimular as sinapses nervosas e promover o desenvolvimento”, explica.
Mas esse processo não deve ser realizado de forma isolada. Psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicopedagogos, nutricionistas, analistas do comportamento e outros profissionais da saúde precisam atuar em conjunto, constituindo uma rede de apoio integrada para alcançar os melhores resultados.
Acompanhamento multidisciplinar desde a infância
Na Rede Fono com Amor, proporcionamos para cada paciente um atendimento especializado, pensado para estimular o desenvolvimento pleno. Nossa atuação multidisciplinar busca acolher, compreender, integrar e apoiar crianças e famílias durante todo o processo terapêutico, promovendo autonomia e qualidade de vida.